De Empreendedora Endividada a Mordoma Fiel

Se você sempre teve dúvida e se perguntou como pode uma pessoa de empreendedora endividada se tornar mordama fiel, fique aqui.

Como já contei aqui eu fui uma empreendedora endividada e aprendi muito, até conseguir passar por essa fase.

Mas o que poucos sabem é que, antes de chegar aqui, eu vivi um longo e doloroso processo — que começou com dívidas, descontrole e muita vergonha, e foi transformado pela graça de Deus, princípios eternos e uma nova identidade em Cristo como mordoma fiel.

Esse não é apenas um relato financeiro. É um testemunho de fé, de queda e restauração. Um testemunho real de que Deus se importa com todas as áreas da nossa vida — inclusive com as nossas contas, boletos, traumas e decisões de compra.

O começo da queda: quando tudo parecia dar certo por fora

Mas sempre fui uma mulher sonhadora. Aos 25 anos, decidi abrir meu próprio negócio. Eu vendia produtos artesanais e, com pouco tempo, comecei a ter boas encomendas, clientes fiéis e uma renda que superava meu antigo emprego.

O problema é que, junto com o crescimento, veio a autoconfiança exagerada. Comecei a investir sem planejamento, comprar materiais em excesso, confiar demais nas vendas futuras. Não tinha reserva, não tinha orçamento, não fazia oração antes de tomar decisões. Contudo achava que bastava trabalhar muito para tudo dar certo.

A verdade é que minha vida financeira estava sendo guiada pelo impulso, pela comparação e pela ansiedade. E, aos poucos, isso me levou direto para o buraco.

Naquela época, eu me espelhava em empreendedoras de sucesso, via postagens em redes sociais mostrando crescimento acelerado, e pensava que eu também precisava crescer sem parar. Porém, não existe crescimento sustentável sem raiz sólida, e eu estava tentando construir sem alicerce.

A dor das dívidas e o peso da vergonha

O primeiro grande sinal veio quando tive que parcelar uma conta de luz. Depois, atrasos em boletos, uso constante do limite do cheque especial e, por fim, empréstimos para cobrir empréstimos anteriores. Em menos de dois anos, eu já devia mais de R$ 20 mil — e meu negócio estava paralisado por falta de fluxo de caixa.

Primeiramente foi um tempo escuro. Comecei a evitar conversas com amigos. Parar de atender ligações de números desconhecidos. A vergonha me calava, a ansiedade me sufocava. E, dentro de mim, uma sensação de que Deus estava decepcionado comigo.

Eu me sentia como aquela serva infiel da parábola dos talentos.

“Mestre, eu tive medo e escondi o teu talento no chão…”
(Mateus 25:25)

Mas foi justamente ali, no fundo do poço, que Deus começou a me resgatar. Porque Ele não nos ama por causa dos nossos acertos. Ele nos ama por quem Ele é.

Em meio ao caos, percebi que meu relacionamento com o dinheiro era doentio, e que isso refletia diretamente na minha vida espiritual. Eu havia colocado o sucesso acima da vontade de Deus, e estava colhendo os frutos de decisões baseadas no medo e na pressa.

O reencontro com a verdade

Certa noite, chorando sozinha no meu quarto, abri a Bíblia em um texto que mudou minha vida:

“Confia no Senhor de todo o teu coração e não te apoies no teu próprio entendimento.”
(Provérbios 3:5)

Era como se Deus dissesse: “Filha, você tentou sozinha, mas agora deixa que Eu te ensino.”
Naquela noite, fiz uma oração sincera:

“Senhor, eu reconheço meu erro. Reconheço que tentei viver com minhas próprias forças. Me ensina a cuidar do que é Teu. Eu quero ser uma administradora fiel.”

Mas foi o primeiro passo da minha transformação. De uma empreendedora endividada, Deus começou a me moldar como uma mordoma em formação.

Com o tempo, percebi que tudo aquilo que vivi fazia parte de um plano maior de redenção. A queda me ensinou a depender de Deus verdadeiramente. E isso mudou tudo.

Comecei a estudar: Bíblia, finanças e coração

Nos meses seguintes, fiz algo que nunca tinha feito: parei de correr atrás de dinheiro e comecei a correr atrás de sabedoria.

Portanto estudei versículos sobre dinheiro, acompanhei conteúdos cristãos sobre finanças, participei de um grupo de mulheres que falavam sobre mordomia cristã, e reorganizei toda minha vida financeira.

E o que mais me impactou foi entender que Deus se importa com como usamos cada centavo. Ele quer que sejamos:

  • Fieis no pouco

“Quem é fiel no pouco, também é fiel no muito.” (Lucas 16:10)

  • Generosos mesmo em tempos difíceis

“Quem semeia com fartura, com fartura colherá.” (2 Coríntios 9:6)

  • Planejadores prudentes

“Os planos bem elaborados levam à fartura.” (Provérbios 21:5)

  • Livres da escravidão das dívidas

“O que toma emprestado é servo do que empresta.” (Provérbios 22:7)

Além disso, aprendi que administrar bem é uma forma de adoração. Não se trata apenas de números, mas de um coração que reconhece Deus como dono de tudo.

Coloquei tudo em ordem — e Deus colocou tudo no lugar

Com um caderno simples e muita oração, comecei:

  1. A listar todas as minhas dívidas, sem medo
  2. A renegociar valores com calma e humildade
  3. A viver com um orçamento realista
  4. A dizer “não” para o que não cabia no mês
  5. A separar o dízimo com alegria, mesmo endividada

E, mês após mês, Deus foi abrindo caminhos. Vendas voltaram a acontecer. Recebi propostas inesperadas. Ganhei presentes que supriam o que faltava. E, o mais importante: minha paz voltou.

Mas não foi milagre financeiro. Foi milagre de mentalidade. Eu deixei de viver como dona e passei a viver como mordoma.

Descobri também o poder de manter a constância. Pequenos atos de fidelidade diária fizeram toda a diferença. E foi nesse processo que Deus restaurou não só minha conta bancária — mas minha confiança.

Comecei a ensinar o que aprendi

Quando percebi que minha história podia ajudar outras pessoas, decidi compartilhar.

Falei na célula, depois na igreja, escrevi nas redes sociais e — veja só — hoje sou uma das autoras do GranaBoom, escrevendo exatamente sobre isso: como unir fé, finanças e propósito.

E quer saber? Nada me dá mais alegria do que ver outras mulheres sendo libertas da culpa, da confusão e do medo.

Porque o que Deus fez em mim, Ele quer fazer em muitos.

Ele quer levantar mordomos e mordomas fiéis, que administrem recursos com responsabilidade, que vivam com leveza e que saibam usar a prosperidade como instrumento de missão.

O que significa ser uma mordoma fiel?

Ser uma mordoma fiel não é sobre controlar tudo — é sobre confiar e cuidar com sabedoria.

É entender que:

  • O dinheiro é um meio, não um fim
  • A prosperidade bíblica é simples, leve e generosa
  • Deus deseja te capacitar, não te condenar
  • Cada recurso tem um propósito eterno

Mas hoje, quando olho para minha conta bancária, não vejo um número. Vejo uma missão. Cada centavo é uma oportunidade de honrar o Pai.

E mais do que isso: ser uma mordoma fiel me ajuda a ver o mundo com novos olhos. Não olho mais para o que tenho ou não tenho. Olho para o que posso fazer com o que já está nas minhas mãos.

Conclusão: sua história também pode ser transformada

Mas se você está passando por dificuldades financeiras, sentindo vergonha ou medo, quero que saiba: você não está só. E você não está condenada.

Deus transforma histórias quebradas em testemunhos poderosos. Ele não espera perfeição — Ele espera rendição.

Primeiramente comece com uma oração. Dê o primeiro passo. E permita que o Espírito Santo te conduza a viver como uma mordoma fiel, livre e confiante.

“Muito bem, serva boa e fiel. Você foi fiel no pouco, eu a porei sobre o muito.”
(Mateus 25:23)

Contudo essa promessa é para mim. É para você. É para todos que desejam viver com fidelidade e propósito.

E, se você quiser continuar essa jornada com a gente, siga aqui no GranaBoom. Nosso propósito é te inspirar a cuidar do que Deus confiou a você — com sabedoria, fé e alegria.

Mas você também pode ser uma mordoma fiel. E sua nova história pode começar hoje.

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